Apesar de ficarmos sempre tristes quando um amigo parte para sempre, há despedidas que nos consolam pela forma realizada e cheia que foi a sua passagem pela vida e pelas memórias, sempre boas, que dele guardamos. O Luís Alves Costa é um desses casos.
O Luís nasceu em 1942, em Moçâmedes, na província de Namibe em Angola e veio estudar para Portugal, ainda jovem, com 14 ou 15 anos de idade. Mas era sempre com orgulho e exaltação que o Luís falava das suas origens africanas, exaltando e contagiando, com a sua forma doce, redonda, tão ao estilo do hemisfério Sul, os que com ele partilhavam esses momentos de recordação. Assim que encontrava algum estudante africano sempre lhe perguntava se era angolano e mesmo que o não fosse ele logo juntava o orgulho da sua naturalidade à do interpelado estudante, numa celebração que deixava com inveja os que, estando por perto, não comungavam a origem africana.
O Luís era assim. Alegre, comunicativo como ninguém, um compincha como é raro encontrar e para quem sorrir era mais frequente do que respirar! Quem não se recorda de inesquecíveis momentos passados com ele, agregando logo quem, mesmo de passagem, não escapava ao seu bom humor e disposição. Com ele havia apenas duas possibilidades: ou se estava bem-disposto ou bem-disposto se estava.
O Luís foi um estudante do ISEG e quase do mesmo modo que recordava a sua terra de nascimento, recordava com orgulho a Escola que o formou: o ISEG. O Luís terá seguramente afirmado mais vezes que foi aluno do ISEG do que dias de vida contou. E foram muitos (29.413)!
Entrou para o ISEG como estudante (na altura ainda ISCEF) em 1962, concluindo em 1970 a licenciatura em Economia. Poucos anos mais tarde, em fevereiro de 1973, regressou então para iniciar a lecionação de uma disciplina nova, à época: Introdução à Informática. E por cá ficou como docente durante 5 anos letivos, até 1978. O seu contributo foi pioneiro na época pois a informática estava então a dar os primeiros passos no Velho Quelhas. E foi nessa cadeira que nasce a introdução de um software de gestão através de um jogo de simulação de gestão, o qual acabou por ajudá-lo a fundar uma das empresas mais internacionais de Portugal. A SDG, que organiza o mais popular jogo de simulação gestão e que hoje se designa de Global Management Challenge, joga-se em 39 países dos 5 continentes, congregando estudantes e profissionais de todo o mundo. Tudo isto o Luís construiu com a sua forma tão humana e simpática de fazer relações.
Grande entusiasta do ISEG, voltou à sua alma mater para ajudar a fundar e sedimentar a Associação dos Antigos Alunos a qual liderou entre 2014 e 2020.
É triste a despedida de um amigo em quem sabíamos ir encontrar o sorriso e a boa disposição, mas também o lado afável, cordial e humano. Mas descansa-nos vermos como foi repleta a sua vida. O ISEG junta-se à família na tristeza da sua despedida.
Faleceu hoje, dia 24 de janeiro, num radiante dia de sol tal qual a sua alma. Tinha de ser.
Que descanse em paz com a certeza do bem que semeou.
PS: Partilhamos informação sobre as Cerimónias Fúnebres:
– Quarta-Feira (25 janeiro) a partir das 18h00: Velório na Basílica da Estrela
– Quinta-Feira (26 janeiro) às 14h00: Missa de Corpo presente na Basílica da Estrela
– Quinta-Feira (26 janeiro) às 16h00: Crematório dos Olivais
João Duque
Presidente do ISEG