O impacto do feedback na intenção de turnover da geração Z

A Geração Z, composta por indivíduos nascidos a partir de meados da década de 1990, está a afirmar-se de forma decisiva no mercado de trabalho, prevendo-se que venha a dominar a força laboral nas próximas décadas. Com valores, expectativas e atitudes distintas das gerações anteriores, esta nova geração desafia os modelos tradicionais de gestão de pessoas, sobretudo no que toca à forma como se relaciona com as organizações e às suas decisões de permanência ou rotatividade profissional. Compreender o que motiva ou desmotiva estes trabalhadores, torna-se assim, uma prioridade estratégica. Neste contexto, o presente estudo analisa o impacto do feedback na intenção de turnover da Geração Z, procurando compreender de que modo diferentes dimensões do feedback organizacional influenciam a decisão de permanecer ou abandonar a organização. A investigação aqui apresentada segue uma abordagem quantitativa, baseada na aplicação de um questionário, a indivíduos pertencentes a esta geração, atualmente inseridos no mercado de trabalho português, a desempenhar funções por conta de outrem. O questionário apresentado integra diversas afirmações, avaliadas com recurso à escala de Likert, que permitem captar perceções sobre a qualidade, utilidade e disponibilidade da fonte de feedback recebido, bem como o seu impacto na propensão de saída dos colaboradores. Os dados recolhidos foram analisados com o apoio do software estatístico SPSS, com o objetivo de identificar relações estatisticamente significativas entre as variáveis em estudo. Os resultados obtidos evidenciam que existe uma relação negativa significativa entre a perceção global de feedback e a intenção de turnover entre os trabalhadores da Geração Z em Portugal. A qualidade do feedback e a disponibilidade da fonte surgem como as dimensões mais relevantes para reduzir a predisposição de saída, enquanto a perceção de utilidade, embora importante, apresenta um efeito mais discreto. Estes resultados reforçam a relevância de promover práticas de feedback claras, regulares e com fontes acessíveis, valorizando a relação próxima entre chefias e colaboradores.