A DIVULGAÇÃO DE INFORMAÇÃO DE SUSTENTABILIDADE EM PORTUGAL E ESPANHA: ANÁLISE DAS DIVULGAÇÕES EFETUADAS NOS RELATÓRIOS DAS EMPRESAS DO SETOR EMPRESARIAL DO ESTADO

Com a publicação da Diretiva 2014/95/UE sobre o Relato de Informações Não Financeiras (NFRD) e da nova Diretiva Europeia 2022/2464 para a divulgação de Informações sobre a Sustentabilidade (CSRD), as empresas têm sido obrigadas a divulgar cada vez mais informação. Embora os Relatórios de Sustentabilidade se tenham tornado mais exigentes, têm permitido às empresas promover as suas iniciativas, aumentar a transparência e fomentar a confiança dos seus stakeholders. Assim, o presente trabalho tem como principal finalidade analisar a divulgação de informação de sustentabilidade nos relatórios das empresas do Setor Empresarial do Estado (SEE) e identificar os fatores explicativos dos níveis de divulgação. A análise de conteúdo manual de 63 relatórios de empresas portuguesas e espanholas, pertencentes ao SEE, relativos aos anos de 2022 e 2023, permitiu construir um índice de divulgação. Através de uma regressão OLS, as variáveis explicativas em estudo foram a propriedade do capital social e a percentagem de mulheres no conselho de administração. Os dados demonstraram um ligeiro aumento do Nível de Divulgação de informação de sustentabilidade na amostra, quando se compara os anos 2022 e 2023. Os resultados obtidos evidenciam que a propriedade do Estado não está associada à divulgação de sustentabilidade. Também, não permitem concluir a existência de uma relação entre a percentagem de mulheres no conselho de administração de uma empresa pública e as informações de sustentabilidade divulgadas. Este estudo contribui para a literatura, ao expandir o conhecimento sobre o relato de sustentabilidade, cujas práticas têm sido pouco estudadas no contexto do SEE, preenchendo o gap identificado e dando insights sobre os determinantes da divulgação de informações de sustentabilidade reportadas por empresas públicas. Desta forma, o estudo pode contribuir para ajudar os gestores públicos a tomar as melhores decisões possíveis, bem como para os reguladores e organismos normalizadores.