Aluno: AntÓnio Marchenko
Resumo
O combate às alterações climáticas tem levado os países a adotarem diversos
instrumentos de política ambiental, entre os quais se destacam os impostos ambientais.
Em Portugal, os principais instrumentos fiscais neste domínio são o Imposto sobre os
Produtos Petrolíferos e Energéticos (ISP), o Imposto sobre Veículos (ISV) e o Imposto
Único de Circulação (IUC), frequentemente apontados como mecanismos fundamentais
para promover a transição para uma economia de baixo carbono. Este estudo analisa, com
base em dados anuais de 2007 a 2022, o impacto destes três impostos nas emissões per
capita de CO₂, o principal gás com efeito de estufa.
Os resultados revelam que nenhum dos impostos analisados contribuiu
significativamente para a redução das emissões de CO₂, colocando em causa a sua
eficácia. O ISV, em particular, demonstrou uma correlação positiva com as emissões. Em
contraste, verificou-se que o aumento da quota das energias renováveis tem um impacto
significativamente redutor. A análise empírica também não validou a hipótese da Curva
de Kuznets Ambiental (EKC) para o caso português.
Conclui-se que a atual estrutura dos impostos ambientais em Portugal carece de
revisão, de forma a alinhar-se de forma mais eficaz com os objetivos de neutralidade
carbónica. Adicionalmente, políticas de incentivo à produção e consumo de energias
renováveis demonstram ser mais eficazes na mitigação das emissões de CO₂.
Trabalho final de Mestrado