Aluno: InÊs Filipa PimpÃo CabeÇa
Resumo
A crescente digitalização dos processos de auditoria tem incentivado a adoção progressiva da inteligência artificial (IA) como ferramenta de apoio à automatização de tarefas, deteção de fraudes e melhoria da eficiência dos processos. Esta evolução, contudo, suscita desafios significativos, nomeadamente ao nível da formação dos auditores, do julgamento profissional e das questões éticas inerentes à utilização destas tecnologias. A presente dissertação tem como principal objetivo compreender o papel da IA na automação dos processos de auditoria, analisando os benefícios, limitações e implicações para os profissionais da área. Para tal, foi realizada uma revisão da literatura na base de dados Academic Search Ultimate (ASU), complementada por entrevistas semiestruturadas a auditores da PricewaterhouseCoopers (PwC) e da Klynveld Peat Marwick Goerdeler (KPMG), duas das principais firmas de auditoria a nível mundial.
Os resultados evidenciam que a IA é reconhecida pela sua utilidade na automatização de tarefas repetitivas e na deteção de padrões irregulares, com potencial para aumentar a eficiência e auxiliar na deteção de fraude. No entanto, persistem obstáculos como os elevados custos de implementação, a dependência da qualidade dos dados e a necessidade de desenvolvimento contínuo de competências técnicas e analíticas dos auditores. As entrevistas reforçam ainda a ideia de que o julgamento humano permanece indispensável, sobretudo na interpretação crítica dos outputs gerados por IA.
O principal contributo desta dissertação consiste em apresentar uma perspetiva atualizada e empiricamente fundamentada sobre a adoção da IA nos processos de auditoria, no contexto português, identificando os principais desafios enfrentados pelas organizações e analisando de que forma esta tecnologia está a ser integrada nas práticas profissionais, bem como as suas implicações para o exercício da função do auditor.
Trabalho final de Mestrado