Aluno: Joana Brito Monteiro
Resumo
A presente dissertação tem como objetivo analisar a eficácia do regime IRS Jovem como instrumento de combate à emigração jovem em Portugal, fenómeno que se tem tornado cada vez mais presente e estrutural no contexto português. Apesar da criação deste regime, subsistem dúvidas quanto à sua capacidade de influência sobre as decisões dos jovens.
Um dos principais problemas consiste em perceber se a medida é suficientemente atrativa para reter os jovens em Portugal, ou se os fatores que motivam a saída se sobrepõem ao benefício fiscal. Acresce ainda a incerteza quanto ao grau de conhecimento e compreensão que os jovens têm sobre o próprio regime. Neste contexto a investigação procura compreender em que medida o IRS jovem contribui efetivamente para a permanência de jovens em Portugal, quais são os fatores que mais pesam nas suas decisões, e quais são as faixas etárias que mais tendem a emigrar.
A metodologia adotada seguiu uma abordagem quantitativa, com base na aplicação de um questionário a 211 jovens, e uma posterior análise estatística com recurso ao software SPSS. Foram aplicados os testes qui-quadrado e regressão logística, e uma análise descritiva para aferir associações entre variáveis.
Os principais resultados indicaram que beneficiar do IRS Jovem não altera, por si só, a intenção de emigrar. Verificou-se ainda que os fatores mais apontados para a emigração são os salários, o custo de vida e a carga fiscal. A problemática relativa à idade não obteve significância estatística, no entanto, observou-se uma tendência alinhada com a literatura, na medida em que os indivíduos mais jovens (18 a 24 anos) demonstraram uma maior predisposição para emigrar face aos mais velhos (acima de 25 anos).
Conclui-se que o IRS Jovem, na sua forma atual, não é eficaz, por si só, para travar a saída de jovens qualificados. Recomenda-se a articulação desta medida com outras políticas públicas que promovam condições de vida mais competitivas e atrativas para os jovens.
Trabalho final de Mestrado