O Soft Power dos EUA e a Diplomacia Humanitária

A presente dissertação analisa de maneira crítica e interdisciplinar a relação entre o soft power e a ajuda humanitária, com destaque para o caso dos Estados Unidos. O trabalho examina de que forma o soft power americano instrumentaliza a ajuda humanitária, transformando-a num instrumento de influência e projeção de interesses estratégicos no cenário internacional. O estudo, baseado numa abordagem qualitativa, organiza-se em três grandes capítulos: o primeiro capítulo, “Enquadramento Teórico”, onde se define o soft power e Diplomacia Humanitária, estabelecendo-se a base conceptual deste TFM. O segundo capítulo, “Ação Humanitária dos EUA no Médio Oriente: Entre a Ajuda e os Interesses Estratégicos”, examina-se a intersecção entre o soft power dos EUA e a diplomacia humanitária, centrando-se no seu papel e implicações no Médio Oriente. O estudo explora a forma como os Estados Unidos têm aproveitado a ajuda humanitária como instrumento de política externa, salientando as tensões entre os seus objetivos humanitários declarados e os seus interesses estratégicos. Neste capítulo examina-se também o papel da USAID (United States Agency for International Development). Por fim, o terceiro capítulo, “A Politização da Ajuda Humanitária e os Interesses Geopolíticos dos EUA” analisa-se a politização da ajuda humanitária e as implicações para a legitimidade e eficácia da ação internacional, numa era marcada por uma conceção alargada do soft power e pela utilização de instrumentos de pressão e coerção para garantir a influência global dos EUA. Desta forma, e através de uma reflexão crítica e interdisciplinar, este TFM mostra como a ajuda humanitária opera numa zona de fronteira entre solidariedade e geopolítica, levantando questões essenciais sobre neutralidade, ética e legitimidade. Por fim, conclui-se que compreender a ação humanitária, requer reconhecer não só as suas intenções declaradas, mas também as complexas relações com as dinâmicas do poder e da segurança internacionais.