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O trabalho infantil como base das economias emergentes - a realidade do Egito

Aluno: Andreia Garcia Santos


Resumo
O presente estudo analisa o papel do trabalho infantil nas economias emergentes, com foco no caso do Egito, onde essa prática permanece disseminada e enraizada em fatores económicos, sociais e culturais. A investigação combina dados quantitativos e qualitativos para compreender as causas, consequências. Aponta ainda possíveis caminhos para mitigação do fenómeno, com especial atenção às políticas públicas e ao enquadramento internacional dos direitos humanos. O trabalho infantil no Egito decorre principalmente da pobreza persistente, baixa escolaridade dos pais, desigualdade de rendimentos e estruturas familiares frágeis. A ausência de sistemas de proteção social eficazes e a normalização cultural do trabalho infantil agravam a sua prevalência. Setores informais da economia e cadeias de abastecimento globais também desempenham um papel crítico na manutenção dessa realidade, muitas vezes favorecendo práticas exploratórias. As consequências do trabalho infantil vão além da violação de direitos fundamentais: comprometem o desenvolvimento físico, cognitivo e emocional das crianças, limitam a sua escolarização e reduzem drasticamente o potencial de mobilidade social, perpetuando ciclos intergeracionais de pobreza. No plano macroeconómico, o trabalho infantil prejudica a formação de capital humano e afeta negativamente o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). As análises comparativas com outras economias emergentes, como o Brasil, mostram que modelos de desenvolvimento orientados para a inclusão social, com ênfase em educação, proteção social e políticas redistributivas, têm maior êxito na redução da pobreza e do trabalho infantil. Apesar de o Egito ter implementado programas em parceria com organismos internacionais — como o Plano Nacional de Combate às Piores Formas de Trabalho Infantil —, os resultados permanecem limitados por obstáculos como dificuldades estruturais, falta de coordenação institucional, escassez de recursos e resistência social. A investigação conclui que a erradicação do trabalho infantil no Egito exige esforços multissetoriais, envolvendo reformas económicas estruturais, investimento em educação e saúde, aumento do poder das mulheres, fortalecimento da legislação laboral, e monitorização rigorosa das cadeias produtivas.


Trabalho final de Mestrado