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Trabalho Prisional e Reinserção Social: Uma Análise da Reincidência em Portugal (2014–2024)

Aluno: InÊs Gabriela Faleiro Rodrigues


Resumo
A Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais, enquanto organismo responsável pelo desenvolvimento de políticas de prevenção criminal, de execução de penas e medidas, de reinserção social, procura através do trabalho prisional não só influenciar os percursos individuais pós-liberdade, como refletir a capacidade do sistema prisional em promover uma mudança real e sustentável. Compreender a relação entre atividade laboral profissional e reincidência é, por isso, essencial na avaliação das medidas aplicadas com vista à reinserção dos reclusos na sociedade, preparando-os para conduzirem as suas vidas de modo socialmente responsável, sem cometer crimes. Desta forma, e com base em dados oficiais do Sistema de Informação Prisional, referentes a 44.558 reclusos condenados entre 2014 e 2024, recorreu-se a uma análise estatística descritiva que considerou as variáveis: género, situação laboral, regime de trabalho e situação de reclusão. Isto permitiu identificar padrões de reincidência e diferenças relevantes entre perfis e contextos de trabalho. Os resultados demonstram que, embora cerca de 75% dos reclusos que trabalharam não tenham reincidido, a taxa de reincidência foi superior entre os que exerceram uma atividade laboral face aos que não o fizeram. Verificou-se ainda que os homens reincidem mais do que as mulheres, independentemente da situação laboral, e que os regimes laborais mais estruturados não garantem, por si só, uma redução da reincidência. Estes dados sugerem que o trabalho prisional, embora relevante, deve ser integrado numa abordagem mais ampla e personalizada com vista à reinserção social.


Trabalho final de Mestrado