Aluno: Mariana GalvÃo Figueiredo De Almeida Machado
Resumo
Este estudo analisa a forma como os consumidores e não consumidores percecionam a moda de luxo no contexto das crescentes preocupações éticas, ambientais, e sociais, centrando-se no impacto da Responsabilidade Social Corporativa (RSC) na confiança na marca, na lealdade, na transparência e no comportamento de compra.
Nos últimos anos, a indústria de moda de luxo tem enfrentado críticas crescentes por questões como abusos laborais, crueldade animal, práticas de greenwashing, e o seu impacto ambiental, sendo responsável por mais de 20% das águas residuais globais, e aproximadamente 8% das emissões de carbono (BBC News, 2021). Neste clima, a RSC já não é apenas uma estratégia de marketing, mas um esforço necessário para reconstruir a confiança dos consumidores e alinhar-se com objetivos sociais e ambientais mais amplos (Torelli, Monga, and Kaikati, 2021).
Embora a literatura existente ofereça fortes percepções teóricas sólidas sobre a definição e evolução do luxo, bem como as tensões entre o apelo aspiracional e as implicações éticas, poucos estudos examinaram como os consumidores interpretam os esforços de RSC neste setor e como essas percepções moldam os seus julgamentos no mundo digital.
Para colmatar esta lacuna, o presente estudo adota uma metodologia qualitativa, com a realização de 14 entrevistas semiestruturadas com indivíduos de nacionalidade portuguesa, familiarizados e não familiarizados com marcas de luxo. Este método permite uma análise mais aprofundada dos valores pessoais, motivações e perspectivas críticas sobre autenticidade, transparência e responsabilidade. O objetivo é contribuir para o debate em torno do luxo sustentável e providenciar informações práticas às marcas que procuram evoluir sem comprometer o seu significado cultural ou simbólico.
Trabalho final de Mestrado