Aluno: Margarida Alexandra Águas Silva
Resumo
No mundo atual, a inteligência artificial (IA) tem vindo a crescer a uma velocidade
exponencial, impactando diversas áreas da sociedade. Para muitos, é um símbolo de
confiança; para outros, uma possível ameaça. A sua introdução no setor do turismo ocorre
a vários níveis, desde a personalização da experiência até à automação de serviços. As
viagens não são exceção e têm vindo a alterar a forma como os consumidores interagem
com os destinos, desde o planeamento dos seus itinerários à tomada de decisões.
Especificamente, a capacidade da IA em criar fotografias de destinos fictícios ou
modificar as de destinos reais, podem tanto aperfeiçoar como distorcer a realidade e,
assim, influenciar as expectativas dos viajantes. Nesse sentido, o estudo analisa a
perceção de realismo de imagens visuais de destino criadas por IA, com ou sem rótulo de
identificação, e as respostas dos consumidores. Investiga-se, ainda, a perceção de
autenticidade e a formação de estereótipos de destino como variáveis mediadoras, e a
confiança na IA como moderadora da relação. A investigação é de natureza quantitativa,
tendo sido utilizado um questionário online em português, onde se obteve 742 respostas
válidas. Os dados foram analisados com recurso ao software IBM SPSS, segundo o Teste
T para amostras independentes, One-way ANOVA, General Linear Model e ao Macro
Process. Os resultados mostram que fotografias sem rótulo são percecionadas como mais
realistas, e estão associadas a níveis mais elevados de autenticidade percebida e de
formação de estereótipos positivos que por sua vez levam a respostas mais positivas dos
consumidores. Verifica-se, ainda, que, com o aumento da confiança na IA, o impacto
negativo da rotulagem sobre esses mediadores reduz. Os insights obtidos são relevantes
para profissionais de marketing e turismo, evidenciando que a IA pode ser uma aliada na
gestão da imagem visual dos destinos.
Trabalho final de Mestrado