Comissões cobradas pelos produtos e serviços bancários são justas e proporcionais?
O elevado nível das comissões cobradas pelos bancos sobre produtos e serviços bancários voltou ao topo da atualidade por causa das amortizações antecipadas dos créditos à habitação.
Vinay Prankiven, economista da Deco, João Duque, presidente do ISEG, Óscar Afonso, diretor da Faculdade de Economia da Universidade do Porto e Paulo Morais, presidente da Associação Frente Cívica, são os convidados de José Gomes Ferreira no Negócios da Semana.
José Gomes Ferreira
"No ténis aprendemos muito para a vida profissional; nem sempre acertas, nem sempre ganhas. É necessário aprender com o erro e esquecê-lo"
Aprendeu a ler e a escrever muito cedo para conseguir comunicar com o avô que tinha deixado de ouvir. Desde pequena que é incentivada pela avó e pela mãe a lutar pelos direitos das mulheres. Não sabe como seria a vida se tivesse nascido homem, mas já sentiu que a sua voz teve menos peso por ser mulher. Hoje lidera a Altice Portugal, uma das maiores empresas do país com mais de 8 milhões de clientes. Admite que a Operação Picoas, a mega investigação com buscas na sede, “não teve impacto na marca mas foi complicado gerir as equipas ”
Nuno Fox
Nasceu em Lisboa em 1974. Viveu parte da infância com os pais e avós maternos, em Benfica, mas foi na linha de Cascais que cresceu. Na altura, a família deixou a casa no Estoril para que a mãe pudesse estar mais próxima dos avós que tinham problemas de saúde.
“Para o meu avô ter perdido a audição não foi uma limitação. Tinha muita admiração por ele. Aprendi a ler e a escrever mais cedo para conseguirmos comunicar”, conta.
O avô materno, comunista, lia-lhe revistas da União Soviética. Os pais, soaristas, levaram-na a comícios e não esquece os famosos autocolantes: “Soares é Fixe”.
Nuno Fox
Foi sempre incentivada pela avó e pela mãe para lutar pelos direitos das mulheres e hoje lidera uma das maiores empresas em Portugal. “Se a minha avó fosse viva teria, certamente, muito orgulho em mim e na minha irmã”, acrescenta.
Estudou na Escola Beiral, com um método de ensino mais liberal, e quando falava com os amigos percebia as diferenças entre o ensino público e o privado. “Nunca recebi uma nota, privilegiava-se a diferença e cada um tinha um valor por si próprio”, recorda.
Foi pela mão do avô que deu os primeiros passos no ténis, ofereceu-lhe a primeira raquete. O desporto é hoje uma forma de “meditação”. Era com o avô que ia ver os jogos do Benfica, mesmo com um pai “ferrenho” do Sporting.
Nuno Fox
Licenciou-se em Administração e Gestão de Empresas pelo Instituto Superior de Economia e Gestão. Entrou para a Altice Portugal em 2003.Em 2018 foi viver para a República Dominicana sem nunca ter estado no país, “nem de férias”. Foi a primeira mulher a presidir uma operadora de telecomunicações naquele país. Foram tempos “extremamente exigentes”, principalmente por causa da pandemia. “Eram 4 milhões de clientes, o país, dependente de nós porque era tudo feito de forma remota”, recorda.
Foi nomeada diretora executiva da Altice em 2022 e acredita que o mundo está a mudar. “Um CEO é a cola de toda uma organização. Tem de definir uma visão, comunicar e mobilizar a equipa. É um trabalho desgastante e muito físico”, confessa.
Um ano depois de assumir o cargo a empresa viu a sede, em Lisboa, ser alvo de buscas pelo MP e pela Autoridade Tributária. Admite que a “Operação Picoas” não teve qualquer “impacto” na marca, mas causou pressão nas equipas. “Aquilo não era um problema. Reuni com os colaboradores e expliquei-lhes que um problema era deixar 4 milhões sem rede e sem serviço. E isso aconteceu comigo, na República Dominicana, tivemos de comprar cartões à concorrência para comunicar entre nós”, relembra.
Nuno Fox
Ana Figueiredo é a nova convidada do novo episódio do Geração 70. Trabalha num mundo onde o sucesso ainda é muito masculino, mas acredita que se fosse homem não sabe se teria chegado até aqui. Não colhe a ideia de que as mulheres não trabalham bem juntas, prefere a diversidade, e assume que uma das desilusões que tem com Portugal é a falta de “irreverência”, provocada pelas “promessas” não cumpridas, “falta de pontes” e obrigação de “pertencer ao lado A ou B”.
“Em Portugal as grandes empresas têm vergonha de se assumirem como grandes. O país lida mal com o sucesso e construiu-se uma desconfiança perante o lucro”, comenta.
Geração 70 não é um podcast de política ou de economia, nem de artes ou ciência. É uma conversa solta com os protagonistas de hoje que nasceram na década de 70. A geração que está aos comandos do país ou a caminho. Aqui falamos de expectativas e frustrações. De sonhos concretizados e dos que se perderam. Um retrato na primeira pessoa sobre a indelével passagem do tempo, uma viagem dos anos 70 até aos nossos dias conduzida por Bernardo Ferrão
João Maldonado
"Uma t-shirt não se esgota": fundação alerta para o impacto social e ambiental da moda
O projeto, que arrancou em setembro de 2022, realizou três estudos: um sobre o algodão, outro sobre os hábitos de consumo de universitários e ainda outro sobre as certificações das empresas e boas práticas para o setor.
A Fundação Fé e Cooperação lançou uma campanha que, intitulada “Uma t-shirt não se esgota”, pretende alertar a população, sobretudo os mais jovens, para o impacto social e ambiental da moda, e promover escolhas “mais sustentáveis e conscientes”.
Em declarações à agência Lusa, Ana Patrícia Fonseca, do departamento de educação para o desenvolvimento e advocacia social da fundação, explicou que a campanha surgiu no âmbito do projeto “Pequenos passos: por um consumo consciente e sustentável no combate às alterações climáticas”.
O projeto, que arrancou em setembro de 2022 e teve como parceiro o Centro de Estudos sobre África e Desenvolvimento (CEsA) do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), em Lisboa, focou-se “na produção e consumo de vestuário”.
Ao longo do projeto foram realizados três estudos, um sobre o algodão, “a fibra mais usada pela cadeia têxtil”, outro sobre os hábitos de consumo de universitários, que envolveu 250 jovens, e ainda outro sobre as certificações das empresas e boas práticas para o setor.
Os resultados obtidos nos três estudos, como, por exemplo, o facto de apenas 12% dos jovens estarem preocupados com a sustentabilidade na moda e menos de um quarto dos universitários apostarem em lojas de segunda mão, impulsionou o lançamento da campanha.
Lançada a 22 de abril, em que se assinala o Dia Mundial da Terra, a campanha “Uma t-shirt não se esgota” pretende “alertar para o facto de que qualquer peça de roupa continua a ter vida mesmo depois de descartada”, passando de geração em geração ou até sendo transformada noutros produtos.
“Aquilo que procuramos com esta campanha é alertar e consciencializar os cidadãos para o impacto que a roupa tem no ambiente e nas pessoas, sobretudo naquelas que trabalham diretamente na produção de vestuário”, observou Ana Patrícia Fonseca. Dominika Zarzycka/NurPhoto
A par de alertar para o impacto social e ambiental do setor da moda, a campanha dá também “dicas e alternativas” com vista a promover escolhas “mais sustentáveis e conscientes”.
A esta campanha, que decorre nas redes sociais até ao final de agosto, juntar-se-á, em breve, um podcast com cinco episódios, moderado pela radialista Filipa Galrão.
“São cinco conversas muito informais com cinco especialistas que procuram sobretudo apontar caminhos e soluções sustentáveis ao alcance do cidadão comum”, adiantou.
O projeto “Pequenos passos: por um consumo consciente e sustentável no combate às alterações climáticas”, que termina em agosto, visa “mobilizar a sociedade civil, as empresas e os decisores políticos para um maior compromisso em enfrentar a emergência climática até 2050”.
Antes do fim do projeto, a fundação tenciona realizar uma instalação artística para “procurar inquietar os visitantes” com os dados recolhidos nos estudos.
“Ao mesmo tempo, queremos provocar uma mudança, que muitas vezes está ao alcance de cada um de nós, mas apenas não temos conhecimento de que soluções podemos adotar”, acrescentou.
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“Uma t-shirt não se esgota”: fundação alerta para o impacto social e ambiental da moda
SIC Notícias
Como pomos fim à pobreza?
Carlos Farinha Rodrigues, economista e professor do ISEG; Eugénio da Fonseca, presidente da Confederação Portuguesa do Voluntariado e antigo presidente da Cáritas; Sandra Araújo, coordenadora da Estratégia Nacional de Combate à Pobreza 2021-2030; e Fernanda Rodrigues, professora na Universidade Católica Portuguesa, respondem à questão: “Como pomos fim à pobreza?”.
SIC Notícias
Clara Raposo: "Os Descobrimentos inspiram-me. Como é que um país com tão poucos conseguiu tanta coisa?"
Nasceu em 1971, em Lisboa. Da infância recorda a família unida, o “bom ambiente” e as noitadas dos pais com os amigos a jogar às cartas e a discutir política. Os pais, muito jovens, eram uns “entusiastas” da mudança, conta. “No 25 de Abril, o meu pai pôs as colunas da aparelhagem na janela para que todos ouvissem a Grândola Vila Morena.”
Tem a quem sair, o pai era economista e a mãe professora. Foram os primeiros licenciados da família, tinham bons empregos e uma vida confortável, mas sem grandes luxos. O “grande momento da semana” era a chegada da revista da Heidi. Nunca sentiu falta de nada, mas também nunca teve “tendência” para as Barbies.
“Eu e a minha irmã não éramos muito exigentes, não fomos educadas para a lógica do consumo – porque não existia. Portugal era um país muito atrasado.”
Nuno Fox
É uma “acérrima” defensora do capitalismo e acredita que “herdou dos pais o equilíbrio e a consciência social”. Seguiu-lhes as pisadas e licenciou-se em Economia na Universidade Nova em Lisboa. Quando terminou não se sentiu “preparada” para o mercado de trabalho e decidiu ir para Londres estudar.
Estávamos em 1993, em Inglaterra doutorou-se em Finanças, na London Business School, e depois deu aulas na Universidade de Oxford, o seu primeiro emprego. Nos oito anos que por lá viveu descobriu “a pequenez” de Portugal. Viveu em várias residências e partilhou casa com alguns portugueses.
Nesta conversa com Bernardo Ferrão, recorda a experiência e lembra os dias e as noites que passava com os amigos nos pubs londrinos. Regressou mais tarde a Portugal, e em Lisboa passou pelo ISCTE e depois tornou-se na primeira mulher a assumir a presidência do ISEG. Na altura, recorda, uma escola com “pouca autoestima” e conotada “à esquerda”.
Apesar dos problemas nacionais, Clara Raposo revela-se “otimista”, mas reconhece as “carências” em vários setores. Aliás, diz mesmo que era bom que “a sociedade pensasse um bocadinho naquilo que de facto quer do Estado”.
Como ex-Dean do ISEG reflete também sobre a Educação e lamenta que os estudos superiores sejam hoje menos valorizados na folha dos ordenados.
“Continua a haver um prémio para os salários dos licenciados versus os não licenciados, mas agora esse prémio não é tão significativo”.
Mais. O país está a exportar o muito que faz na Educação: “Os nossos salários são curtos em comparação com outros da Europa. Às vezes parece que somos uma barriga de aluguer. Investimos na educação e os jovens vão para fora”.
A vice-governadora do Banco de Portugal é a nova convidada do podcast Geração 70. Numa conversa conduzida por Bernardo Ferrão, deixa uma previsão e uma certeza. Acredita que não há “motivos para nova subida de taxa de juro” e garante: “Não programei a minha vida para chegar aqui.”
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“Geração 70” é uma conversa solta com os protagonistas de hoje que nasceram na década de 70. A geração que está aos comandos do país ou a caminho. Aqui falamos de expectativas e frustrações. De sonhos concretizados e dos que se perderam.
Um retrato na primeira pessoa sobre a indelével passagem do tempo, uma viagem dos anos 70 até aos nossos dias conduzida por Bernardo Ferrão.
Bernardo Ferrão
OE2024? "Vamos pagar mais mas de maneira diferente"
Economia
João Duque, presidente do ISEG e especialista em Finanças e Pedro Brinca, economista, comentam Ao Vivo na Redação do Expresso e da SIC, as medidas do Orçamento do Estado para 2024. Fala-se dos méritos da proposta que prevê, pela primeira vez em décadas, um excedente orçamental e dos maiores riscos e desafios da execução de um OE em tempos de incerteza.
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Expresso
Simuladores do GMC são utilizados em competições internas de universidades
É uma atividade extra ou curricular, mas que atrai centenas de estudantes das universidades de economia e gestão.
No ISEG, as equipas da competição interna assumem o papel do Conselho de Administração de uma empresa, e tentam geri-la da melhor maneira possível.
No Instituto Superior Técnico, os alunos são patrocinados pela Accenture, e também participam de uma competição interna.
Leonardo Monteiro