Economia estival
Maria Rosa Borges, Professora Catedrática do ISEG
Hoje, 00:14
Parece haver uma excessiva iliteracia nos pequenos empresários, em matéria de princípios de gestão e de aproveitamento de oportunidades de negócio, o que tem custos elevados para a economia.
As férias de verão são um momento de pausa, necessário e merecido por todos nós, permitindo recargar energias para um novo ano laboral. Mas, ainda assim, a vida continua, a observação da realidade permanece e as reflexões irrompem.
O meu período de férias de este ano foi passado na belíssima costa alentejana e o correr dos dias foram pintalgados com pequenas “surpresas”, de que relato apenas três. A primeira surge quando, deslocando-me numa pequena rua da povoação, observo duas lojas de coisas várias, ao lado uma da outra, uma fechada e outra aberta. Entro na loja aberta e questiono quem está ao balcão, se por acaso sabe o horário da loja fechada. A resposta foi dada com grande prontidão: “não sei, abre quando lhe apetece, sem horário”.
Um pouco mais à frente dirijo-me ao único supermercado existente, para comprar os bens de que carecia e quase que dou com o estabelecimento fechado. Fecha das 13:00h às 15:00h. Continuo pela vila, o dia não está grande coisa, e uma refeição num restaurante local afigura-se ser um bom momento para disfrutar destes dias de descanso. Surge a terceira “surpresa”: confronto-me com vários restaurantes, todos eles fechados à segunda-feira.
Para além do pequeno transtorno que senti nesta manhã, mas que não afetou as minhas férias estivais numa vila da costa alentejana, vários pensamentos me assolaram a mente. Uma loja que abre quando lhe apetece não parece partilhar de um bom modelo de negócio e de gestão, restaurantes a fecharem todos num mesmo dia da semana, não parece também ser uma decisão de gestão muito gizada. Será que os seus proprietários não se podem articular e fechar para o descanso semanal em dias diferentes e, até, será que não deviam manter-se abertos todos os dias da semana, recrutando mais trabalhadores, sabendo que há sazonalidade no negócio e o verão é uma época para realizar receitas adicionais?
Um supermercado, em situação de monopólio geográfico, não maximiza o bem-estar dos consumidores. Dá-se ao luxo de fechar durante duas horas para almoço, e praticar preços muito acima dos mercados a que estamos acostumados na nossa residência habitual. Não deveríamos esperar que potenciais entrantes (outras empresas) se estabelecessem neste mercado, aproveitassem a existência de lucros, que a teoria económica apelida de lucros anormais, tornando o mercado mais competitivo, tendo um efeito positivo sobre os preços e sobre os níveis de bem-estar?
Continuei nos meus pensamentos e, sem carater científico e desprovida de qualquer estudo empírico, fundamentado numa amostra de adequada dimensão, generalizei este comportamento ao país. Parece haver uma excessiva iliteracia nos pequenos empresários, em matéria de princípios de gestão e de aproveitamento de oportunidades de negócio e, um país onde as pequenas e médias empresas representam a esmagadora maioria do tecido empresarial, a multiplicação deste comportamento por parte das empresas tem custos elevados para a economia, limitando, muito provavelmente, que o país cresça de forma significativa, como todos desejamos.
Episódios como estes, mais comuns do que o desejável, dão argumentos plausíveis para o crescimento modesto do país. Ações de formação em gestão para pequenos e médios empresários, surgem como uma necessidade da economia portuguesa.
A autora assina esta semana a coluna “Pensar a Economia”, uma parceria editorial JE | Ordem dos Economistas.
Maria Rosa Borges, Professora Catedrática do ISEG
Hoje, 00:14
Maria Rosa Borges, Professora Catedrática do ISEG
Engenharia Aeroespacial é campeã das notas de entrada na universidade. Eis o Top 10
Os cursos de Engenharia Aeroespacial, nas Universidades do Porto e do Minho, respetivamente, registam as médias de entrada mais altas no Concurso Nacional de Acesso ao ensino superior em 2024/2025. Os resultados foram divulgados este domingo, 25 de agosto, pelo Ministério da Educação, Ciência e Inovação e pode consultá-lo no JE.
Engenharia Aeroespacial é o curso com a nota mais alta na primeira fase do Concurso Nacional de Acesso de 2024, cujos resultados foram divulgados ao primeiro minuto deste domingo, 25 de agosto pelo Ministério da Educação, Ciência e Inovação. Pode consultar aqui a lista das colocações, as notas e as vagas não preenchidas curso a curso e instituição a instituição: cna2024_1f_resultados
A licenciatura em Engenharia Aeroespacial, criada este ano na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, esgotou as 30 vagas com o último aluno a entrar com uns mirabolantes 19,45 valores. A nova licenciatura é financiada pelos fundos do programa Next Generation EU do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), através do Programa de Formação Multidisciplinar da U.Porto – Impulso Jovens STEAM & Impulso Adultos.
A mesma Engenharia Aeroespacial, mas desta feita, ministrada na Universidade do Minho, e que no ano passado, encimou o podium, surge em segundo lugar na tabela, com 19,14 valores.
Matemática Aplicada à Economia e à Gestão catapulta o centenário ISEG para o terceiro lugar das notas de entrada mais altas, com 18,90 valores, na que é, provavelmente, a ascensão mais surpreendente ao nível do podium.
O concurso deste ano traz em quarto lugar também um “inquilino” novo face ao ano assado: Inteligência Artificial e Ciência de Dados. O curso da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto esgotou as 60 vagas, com o último ingressado a apresentar 18,75 valores.
O quinto é ocupado por Engenharia Aeroespacial, do Instituto Superior Técnico, curso pioneiro e durante muitos anos a única formação em Portugal nesta área do conhecimento. A última nota de entrada foi 18,73.
Os restantes cinco lugares do top 10 são mais diversificados. Em sexto encontramos Engenharia e Gestão Industrial, também ministrado na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, com o último aluno colocado com a média de 18,63. Seguem-se mais um curso da Universidade do Porto: Arquitetura, com 18,60 valores.
Em oitavo lugar surge o primeiro curso de Medicina, melhor dois – ambos na Universidade do Porto. No curso do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, o último colocado apresentou 18,55 valores, e na Faculdade de Medicina, a nota foi de 18,48.
A décima nota mais alta pertence a um aluno entrado em mais um curso de Engenharia Aeroespacial, desta feita na Universidade de Aveiro: 18,38 valores.
O primeiro curso de Letras com média mais elevada é Línguas e Relações Internacionais, com 18,18 valores.
Na na 1.ª fase do Concurso Nacional de Acesso para o ano letivo 2024-2025 no ensino superior público foram colocados 49.963 novos estudantes. De acordo com os dados divulgados pelo Ministério da Educação, Ciência e Inovação 56,1% dos estudantes colocados na sua primeira opção de candidatura e 87,8% numa das três primeiras opções.
Almerinda Romeira
´Greenwashing´ no retalho: como evitar cair nesta armadilha
Carolina Afonso, Professora Universitária ISEG
Hoje, 00:08
O greenwashing distorce o mercado, pois as empresas que investem de forma autêntica na sustentabilidade competem injustamente com aquelas que apenas simulam esse compromisso.
O conceito de sustentabilidade é cada vez mais central nas estratégias de várias marcas do setor do retalho. No entanto, enquanto algumas empresas realmente adotam práticas sustentáveis genuínas, outras caem na tentação do greenwashing. Este termo refere-se a alegações enganosas em termos de sustentabilidade, muitas vezes feitas para capitalizar de forma oportunista sobre o tema.
O problema do greenwashing é duplo: por um lado engana os consumidores, por outro impede a verdadeira adoção de práticas sustentáveis. Além disso, distorce o mercado, uma vez que as empresas que investem de forma autêntica na sustentabilidade acabam competindo injustamente com aquelas que apenas simulam esse compromisso.
Para os retalhistas que desejam evitar as armadilhas do greenwashing, a transparência e a integridade são fundamentais. Seguem-se algumas diretrizes a ter em linha de conta:
Transparência: As marcas devem facultar informação clara e detalhada sobre a sustentabilidade dos seus produtos. Tal inclui não apenas os aspetos positivos, mas também os desafios e áreas em que a empresa ainda está a melhorar.
Certificações credíveis: Utilizar certificações internacionais reconhecidas como a Fair Trade, Global Organic Textile Standard (GOTS) e Cradle to Cradle credibilizam as marcas certificadas.
Comunicação clara: Evitar termos vagos como eco-friendly ou “verde” sem uma explicação concreta do que tal significa na prática. As alegações devem ser específicas, como “feito com 50% de materiais reciclados” ou “produzido com energia renovável”.
Responsabilidade ao longo da cadeia de valor: A sustentabilidade deve estar integrada em todas as fases da cadeia de valor, desde a obtenção de matérias-primas até a entrega ao consumidor final. Investir em cadeias de fornecimento sustentáveis e na redução do impacto ambiental em cada etapa é essencial.
Algumas marcas no retalho têm vindo a destacar-se por comunicar a sustentabilidade de forma exemplar. A Patagónia é pioneira, promovendo não só produtos duráveis e ecológicos, mas também o consumo consciente, com iniciativas que incentivam a reparação e a reutilização. A marca portuguesa Isto. aposta na transparência total, divulgando a origem dos materiais e o custo real de cada peça, com produção ética e local. Já a Tonys Chocolonely redefine o mercado de chocolate, com uma missão clara: erradicar a escravatura infantil nas plantações de cacau. A marca comunica de forma autêntica, envolvente e educativa, conquistando consumidores conscientes.
Estes exemplos mostram como comunicar a sustentabilidade com sucesso no retalho e gerar uma fonte de vantagem competitiva.
Carolina Afonso, Professora Universitária ISEG
Hoje, 00:08
Carolina Afonso, Professora Universitária ISEG
´Love Brands´, a conexão emocional que transcende o consumo
Carolina Afonso, Professora Universitária ISEG
Hoje, 00:08
Os consumidores que amam uma marca estão mais dispostos a perdoar falhas ocasionais, desde que a empresa demonstre compromisso em corrigir e aprender com os seus erros.
Uma love brand é uma marca que vai além da funcionalidade e se estabelece profundamente no coração dos consumidores. Estas marcas conseguem criar uma conexão emocional tão forte que os consumidores que não só as preferem como amam-nas, defendendo-as e recomendando-as com paixão.
O que define uma love brand? Uma love brand não é construída apenas por um bom produto ou serviço. Resulta de um conjunto de experiências positivas, consistência, autenticidade e valores que ressoam com os consumidores. Estas marcas conseguem conectar-se de forma emocional, muitas vezes tornando-se parte do estilo de vida dos seus clientes.
Um exemplo icónico é a Apple. Mais do que produtos inovadores, a Apple oferece uma experiência única e um ecossistema integrado. A lealdade dos consumidores da Apple é evidente nas longas filas para o lançamento de novos produtos e na disposição de pagar “premium”.
Outra love brand é a Disney. A empresa não vende apenas filmes ou parques temáticos; mas sim magia e sonhos. A experiência Disney é projetada para encantar e criar memórias duradouras, desde a infância até a idade adulta. Esta capacidade de tocar emoções profundas e criar experiências inesquecíveis é o que transforma a Disney numa das marcas mais amadas.
A Nike também se destaca como uma love brand. Fazendo jus ao slogan “Just Do It”, o seu compromisso com a inovação e o desempenho fazem com que os consumidores se identifiquem com a marca a um nível profundo. A Nike não vende apenas roupas e calçado desportivo, mas sim um estilo de vida e a crença no poder pessoal e no espírito competitivo.
As love brands não apenas garantem a lealdade dos consumidores, como também geram um passa-palavra positivo e uma defesa fervorosa nas redes sociais. Os consumidores que amam uma marca estão mais dispostos a perdoar falhas ocasionais, desde que a empresa demonstre compromisso em corrigir e aprender com os seus erros.
Concluindo, a jornada para uma marca se tornar uma love brand é desafiadora e requer um compromisso contínuo com a excelência, a inovação e a autenticidade. No entanto, as recompensas são substanciais. As love brands não só lideram o mercado em termos de vendas, como também conquistam um lugar especial na vida dos seus consumidores. Elas exemplificam o poder de uma conexão emocional profunda, transformando clientes em fãs apaixonados e defensores leais. Num mundo onde a oferta é muita, ser amado poderá ser o maior diferencial competitivo de todos.
Carolina Afonso, Professora Universitária ISEG
Hoje, 00:08
Carolina Afonso, Professora Universitária ISEG
Acelerar a economia
António Mendonça, Professor Catedrático do ISEG -ULisboa, Bastonário da Ordem dos Economistas
Hoje, 00:16
É necessário introduzir uma dimensão estratégica, de médio-longo prazo, que rompa com a cultura instalada de intervencionismo imediatista e de efeito rápido.
A 4 de julho último o Ministério da Economia tornava público um Programa de estímulos à economia significativamente designado “Acelerar a Economia”.
Nele se sistematizam 20 desafios que vão da internacionalização à clusterização, passando pela reindustrialização, inovação, escala, ou sustentabilidade, sem esquecer matérias como capitalização, financiamento ou qualificação. Para dar resposta a estes desafios são alinhadas 60 medidas, com diferentes prazos de execução, num horizonte temporal que se projeta para a legislatura em curso.
Sem prejuízo de uma análise mais profunda que um programa desta natureza e no contexto em que se propõe intervir exige, é de louvar, desde já o propósito e a ambição. Mas sente-se a falta de uma avaliação mais profunda da coerência global das medidas e dos impactos sobre a especialização futura da economia.
De facto, a economia portuguesa necessita daquilo que já foi designado por alguns economistas como um choque de crescimento. Mas, mais do que um conjunto de medidas, visando atuar em dimensões cuja importância ninguém contesta, é necessário introduzir uma dimensão estratégica, de médio-longo prazo, que rompa com a cultura instalada de intervencionismo imediatista e de efeito rápido e permita introduzir uma dinâmica coerente de crescimento, sustentada na inovação tecnológica e na produção de maior valor acrescentado.
Uma economia, como a portuguesa, que se vê confrontada com tendências crescentes de emigração das novas gerações mais educadas e qualificadas e de imigração de mão de obra com baixos níveis de qualificação, só pode refletir um desajustamento estrutural que se vem afirmando progressivamente e que ameaça tornar-se numa espécie de “doença de sobrespecialização perversa”, cada vez mais difícil de ser controlada.
O Programa refere ter ouvido os diversos agentes económicos, organizações e individualidades sobre o desenho e a implementação das diferentes medidas, o que, igualmente, é de louvar.
Mas é necessário ir mais além. É necessário, igualmente, dar uma dimensão estrutural e estratégica a este desiderato, com a criação de uma instituição especializada e permanente de produção de estratégia sobre a economia portuguesa, à semelhança do que já existiu no passado e que, por razões que a razão desconhece, foi progressivamente esvaziada até deixar de existir.
Uma estrutura integrada por quadros empenhados e altamente qualificados, sob tutela do Ministério da Economia, que não só contribua para a produção de coerência das diversas políticas económicas prosseguidas por cada governo, como também garanta a consistência temporal das políticas prosseguidas pelos sucessivos governos, evitando os custos desastrosos, para a economia e para o País, da permanente revisão de decisões tomadas ou da tendência endémica para a procrastinação, mesmo quando elas aparentemente são definitivas.
Em suma, é necessário introduzir visão e coerência estratégica de longo prazo.
António Mendonça, Professor Catedrático do ISEG -ULisboa, Bastonário da Ordem dos Economistas
Hoje, 00:16
António Mendonça, Professor Catedrático do ISEG -ULisboa, Bastonário da Ordem dos Economistas
"Tenho horror a pobre!"
Joana Santos Silva, Professora do ISEG Executive Education e Diretora de Inovação
Hoje, 00:10
Pergunto-me se certas marcas de luxo não utilizarão a espera dolorosa, para fazer sentir que é muito difícil chegar ao produto, tornando-o assim restrito e ainda mais valioso?
Uma das frases mais emblemáticas de um programa de comédia brasileiro, “Sai de Baixo”, era “tenho horror a pobre!”. Na semana passada, lembrei-me desta frase por uma experiência que tive, onde me questionei se os responsáveis de uma marca de luxo não estariam a pensar o mesmo dos clientes, independentemente da capacidade financeira destes.
Este ano celebro 20 anos de casada. Não é forçosamente um feito extraordinário, nem é a celebração das bodas de prata, mas decidimos comprar umas alianças novas (até porque chegar aos 25 anos não está de todo garantido!). E decidimos comprar alianças de uma marca de joalharia de luxo – uma pequena extravagância.
Como estávamos em Amsterdão, aproveitaríamos para visitar a rua Cornelis, famosa pelas suas lojas de luxo. Indo com disponibilidade para comprar e na expectativa de algo extraordinário, fomos confrontados com tudo o que não é uma boa experiência de cliente.
Os nomes e marcas que agraciavam as fachadas prometiam, mas tal não passava de uma promessa. A maioria das portas estavam trancadas. Para aceder aos produtos expostos nas montras cintilantes era necessário tocar à campainha, aguardar pacientemente enquanto alguém pouco gentil abria a porta, na maioria dos casos através de um comando que teimava em não funcionar corretamente. Em muitas situações as portas eram duplas, ou seja, ficávamos a aguardar num vestíbulo apertado e quente, com mais clientes esperançosos em gastar o seu dinheiro arduamente ganho.
Havia ainda as griffes que comandavam filas e filas de espera na rua, apesar das lojas se encontrarem essencialmente vazias. Neste dia em particular, fazia calor e estava sol em Amsterdão e, convenhamos, a tez natural da maioria dos holandeses e uma espera longa ao sol não combinam de forma feliz. Assim, lá ficavam à espera de ter acesso ao quadrado de seda da Hermès enquanto se transformavam, lentamente, em lagostins cozidos.
Questionei-me: por que razão as marcas de luxo nos tratam assim? Se quando me dirijo a lojas e marcas de commodities, tudo menos luxuosas, e me deixam à espera fico impaciente. Afinal, o que motiva pessoas com capacidade de comprar produtos de luxo a sujeitarem-se a esta espera?
Em grande medida, compramos produtos de luxo de forma irracional, em muitos casos porque melhoram a nossa autoestima. Na realidade, é puro hedonismo que resulta do prazer e satisfação da aquisição mais do que do valor intrínseco do produto. Nesta perspetiva, e de um ponto de vista pessoal, pergunto-me se várias marcas de luxo não utilizarão este tipo de experiência, diria quase dolorosa, para fazer sentir que é muito difícil chegar ao produto, tornando-o assim restrito e ainda mais valioso?
Em suma, apesar de continuar casada não comprei as alianças e vim com um sentimento claro de que essas marcas não gostam de mim (sentimento retribuído) e vou continuar a fazer as minhas compras na Avenida da Igreja, em Lisboa, onde as portas estão abertas e me sinto bem tratada.
Joana Santos Silva, Professora do ISEG Executive Education e Diretora de Inovação
Hoje, 00:10
Joana Santos Silva, Professora do ISEG Executive Education e Diretora de Inovação
´Gaming´: uma oportunidade de ouro para as marcas
Carolina Afonso, Professora Universitária ISEG
Hoje, 00:09
O mercado de gaming oferece muitas oportunidades para as marcas que estão dispostas a inovar e experimentar, tendo uma audiência diversificada, envolvida e em crescimento.
O mercado de gaming tem experimentado um crescimento explosivo nos últimos anos, tornando-se um campo fértil para estratégias de marketing inovadoras. Acompanhei de perto este crescimento pois trabalhei vários no marketing de uma multinacional de tecnologia que tem uma oferta considerável neste segmento.
Em 2023, o mercado global de jogos foi avaliado em aproximadamente 184,4 mil milhões de dólares, com previsões de crescimento contínuo, atingindo 218,7 mil milhões de dólares até 2024. Este crescimento vertiginoso apresenta oportunidades únicas para as marcas que desejam conectar-se com um público diversificado e muito envolvido com o tema.
Os jogadores já deixaram de ser um nicho de mercado composto apenas por jovens adolescentes. De acordo com a Entertainment Software Association, a idade média dos jogadores é de 34 anos, com uma distribuição quase igual entre homens (54%) e mulheres (46%). Esta diversidade etária e de género abre um leque de possibilidades para campanhas de marketing direcionadas.
Acresce que o nível de envolvimento dos jogadores é impressionante. Estudos indicam que os jogadores passam, em média, 7,7h por semana a jogar. Esta dedicação oferece às marcas uma audiência cativa e altamente interativa, ideal para estratégias de marketing baseadas em conteúdo e experiência.
Existem várias estratégias de marketing no gaming:
1. Publicidade In-Game: A publicidade dentro dos jogos permite às marcas integrar os seus produtos diretamente na experiência do jogador. Um exemplo são os anúncios em jogos como “FIFA” ou “NBA 2K”, que replicam a realidade de um evento desportivo ao vivo.
2. Parcerias com Influenciadores de Gaming: Com o crescimento de plataformas como Twitch e YouTube Gaming, os influenciadores de jogos tornaram-se figuras centrais na comunidade de gaming. As marcas podem aproveitá-los para promover produtos de forma mais autêntica e orgânica. Um exemplo de sucesso é a colaboração entre a marca Red Bull e gamers profissionais, que gerou conteúdo envolvente e atraiu milhões de visualizações.
3. Patrocínios de eSports: Os eSports, têm registado um aumento significativo em popularidade. Marcas como Coca-Cola, Intel, Asus e Samsung, entre outras, já investem em patrocínios de equipas e eventos de eSports, capitalizando a lealdade dos fãs e a ampla cobertura mediática.
4. Experiências Interativas: As marcas podem criar experiências interativas dentro dos jogos. Por exemplo, a colaboração entre o Fortnite e a Marvel resultou em eventos temáticos dentro do jogo, onde os jogadores podiam interagir com personagens e elementos do universo Marvel. Esta abordagem não só atraiu jogadores, como gerou um buzz significativo nas redes sociais.
À medida que a tecnologia continua a evoluir, novas oportunidades surgem no horizonte do marketing no gaming. A realidade virtual e a realidade aumentada prometem criar ambientes ainda mais imersivos, onde as marcas podem interagir com os consumidores de forma inédita. Também a crescente adoção de tecnologias de blockchain pode introduzir novos modelos de monetização e fidelização, como NFT que podem ser utilizados para criar produtos digitais exclusivos dentro dos jogos.
Concluindo, o mercado de gaming oferece muitas oportunidades para as marcas que estão dispostas a inovar e experimentar. Com uma audiência diversificada, envolvida e em crescimento, as estratégias de marketing que aproveitam a imersão e interatividade dos jogos podem criar conexões profundas e duradouras com os consumidores.
Ao investir em publicidade in-game, parcerias com influenciadores, patrocínios de eSports e experiências interativas, as marcas podem não apenas aumentar a sua visibilidade, mas também fortalecer sua presença no coração de uma das indústrias mais dinâmicas e promissoras do mundo.
Carolina Afonso, Professora Universitária ISEG
Hoje, 00:09
Carolina Afonso, Professora Universitária ISEG
Festivais de verão: como criar valor para as marcas?
Carolina Afonso, Professora Universitária ISEG
Hoje, 00:08
Através de parcerias estratégicas e ativações de marketing inovadoras, as marcas podem não só aumentar a sua visibilidade, como gerar um retorno tangível e mensurável.
O Rock in Rio está de volta e com ele dá-se o pontapé de saída dos festivais de verão. Estes não são apenas grandes eventos musicais, mas uma oportunidade única para as marcas se conectarem com um público vasto e diversificado. As marcas globais aproveitam o festival para promover seus produtos e serviços, alcançando um grande número de potenciais consumidores. Durante os dias de festival, as redes sociais são palco de grande atividade, com milhares de posts, fotos e vídeos partilhados por fãs e marcas.
Através de parcerias estratégicas e ativações de marketing inovadoras, as marcas podem não só aumentar a sua visibilidade, como gerar um retorno tangível e mensurável. Como podem as marcas tirar o máximo partido destes eventos? Partilho alguns insights sobre como fazê-lo.
Identificar o público-alvo: o primeiro passo é conhecer o perfil demográfico do público que frequenta os festivais de verão. Compreender as preferências, hábitos de compra e interesses dos festivaleiros é essencial para direcionar eficazmente as estratégias de marketing e comunicação.
Parcerias estratégicas: estabelecer parcerias com os promotores dos festivais ou com artistas em destaque pode ser uma forma eficaz de aumentar a visibilidade da marca durante o evento. Ações de co-branding e colaborações criativas podem gerar uma exposição significativa e criar uma ligação emocional com o público.
Ativações de marcas criativas: além de simplesmente patrocinar o evento, as marcas podem criar experiências únicas no local para atrair a atenção do público. Desde stands interativos a zonas lounge temáticas, as ativações de marca criativas podem gerar buzz e aumentar o envolvimento dos festivaleiros.
Medir o Retorno sobre o Investimento (ROI). Para avaliar a eficácia das ações de marketing nos festivais de verão, as marcas devem utilizar métricas específicas e ferramentas de análise de dados. Algumas das principais métricas para medir o ROI incluem:
Número de interações e menções nas redes sociais e notícias nos meios de comunicação;
Aumento de tráfego e da taxa de conversão (no caso de haver loja online) no site da marca durante o festival;
Vendas diretas ou leads gerados no evento;
Número de visitantes no stand da marca.
Concluindo, um festival de verão é mais do que entretenimento, é uma oportunidade para criar valor para as marcas que se associam. Adotando estratégias criativas, estabelecendo parcerias estratégicas e medindo o ROI de forma consistente, as marcas podem não só aumentar a sua visibilidade, como também impulsionar o crescimento do negócio e gerar lealdade dos consumidores.
Carolina Afonso, Professora Universitária ISEG
Hoje, 00:08
Carolina Afonso, Professora Universitária ISEG
Assista aqui ao debate "Desafios do Sector Segurador" do JE Advisory
Riscos climáticos no sector e as oportunidades latentes para os seguros este ano foram alguns dos aspetos debatidos neste encontro com a chancela JE Advisory. Este encontro coincide com a publicação de mais uma edição mensal do JE Advisory e contou com a participação de líderes de seguradoras nacionais e de especialistas da área.
O JE Advisory promoveu um pequeno-almoço de debate sobre os atuais desafios do sector segurador. Este encontro, que coincide com a publicação de mais uma edição mensal do JE Advisory, contou com a participação de líderes de seguradoras nacionais e de especialistas da área, bem como intervenções de uma académica e um advogado.
A keynote speaker desta sessão é Sofia Santos, professora do ISEG e fundadora da Systemic, que abordará o tema “Os riscos climáticos no sector dos seguros – da mitigação à adaptação”.
O painel de debate, moderado por Filipe Alves, publisher do Grupo Media9 e diretor do JE, contou com as presenças do advogado Nuno Sapateiro, sócio da Abreu Advogados, Pedro Carvalho, CEO da Generali Tranquilidade, Pedro Penalva, CEO de Enterprise Clients na EMEA da Aon, e Rogério Campos Henriques, CEO da Fidelidade.
Jornal Económico Multimédia
Escalar negócios online: o poder dos dados
Carolina Afonso, Professora Universitária ISEG
Hoje, 00:07
O desafio que a maioria das empresas com negócios eCommerce enfrenta não é a ausência de dados, mas sim saber deles tirar partido.
À medida que aumenta o número de consumidores que utilizam canais online para comprar produtos e serviços, o eCommerce continua a prosperar. Estudos demonstram que até 2025, o eCommerce crescerá 50% a nível global. Tal traz muitas oportunidades para as empresas, bem como intensificação da concorrência.
Um dos diferenciais que trará maior vantagem competitiva será a capacidade das empresas terem definida uma estratégia data-driven para eCommerce, potenciada por inteligência artificial.
A análise de dados em eCommerce envolve a recolha e análise de dados de negócio para melhorar o desempenho e as vendas.
Através de ferramentas de análise de dados, é possível termos acesso às pesquisas do cliente, comportamentos de compra e expectativas relacionadas, entre muitos outros dados. É também possível impactar potenciais clientes através de remarketing em redes sociais e anúncios online, recolhendo dados e utilizando-os para aumentar a conversão de vendas.
Por exemplo, uma loja online pode ter funcionalidades que permitem não só analisar os dados, como direcionar um produto específico de uma forma mais efetiva, e tal ocorre porque consegue-se rastrear a origem dos clientes, hábitos e padrões de compra, interesses, localização.
Numa fase mais avançada, conseguimos também construir e parametrizar dashboards em que as variáveis mais relevantes são alimentadas automaticamente e em tempo real. Por exemplo, saber quais os produtos mais rentáveis, quais os canais que geram maior receita ou aquisição de clientes, quais os clientes que têm o maior “life time value”, incluir variáveis como custos de envio, devoluções, etc.
As decisões data-driven em eCommerce permitem que estas sejam mais inteligentes e geradoras de maior crescimento. Com os dados certos podemos obter insights, identificar problemas e oportunidades e, por fim, tomar decisões que colocam a empresa na trajetória certa, maximizando o crescimento.
Com recurso à inteligência artificial podemos ainda utilizar os dados para personalizar em escala, prever vendas e intenção de compra, gerir melhor o stock, definir preços ou customizar a experiência de compra.
Concluindo, o desafio que a maioria das empresas com negócios eCommerce enfrenta não é a ausência de dados, mas sim saber deles tirar partido. Para se tomar decisões data-driven é necessário reunir os dados certos, analisá-los para obter os insights certos e tomar decisões estratégicas certas com base nos objetivos do negócio. Só assim se podem converter dados em insights acionáveis, capazes de escalar o negócio e trazer valor para a empresa e para os clientes.
Carolina Afonso, Professora Universitária ISEG
Hoje, 00:07
Carolina Afonso, Professora Universitária ISEG